De acordo com o princípio dos trabalhos virutais, se um sistema de pontos Pi, cada um sujeito a um sistema de forças →Fij, se encontrar em equilíbrio num determinado instante, então
∑ij→Fij⋅δ→ri=0
qualquer que seja o deslocamento infinitesimal δ→ri, consistente com as condições aplicadas ao sistema nesse instante. Na determinação da variação infinitesimal denotada por δ, o tempo t é considerado como constante, em contraste com a variação infinitesimal total d. De facto, quaisquer que sejam as direcções dos movimentos infinitesimais que possam ser aplicados ao sistema, a resultante das forças aplicadas segundo essas direcções deverá anular-se para que o sistema se encontre em equilíbrio estático no intervalo de tempo considerado.
De acordo com a lei da inércia, se a parte de um sistema que se encontre em movimento rectilíneo e uniforme não for actuado por uma causa externa então irá manter esse movimento rectilíneo e uniforme. A intensidade da causa externa determina-se, portanto, considerando a variação da sua quantidade de movimento. Se uma partícula for actuada por uma força externa ao longo de uma mesma direcção, a intensidade da força deverá ser determinada, em parte, pela variação da sua velocidade. Porém, dado que, considerando que tal partícula é divisível em partículas idênticas mais elementares, a quantidade de movimento deverá ser proporcional ao número dessas partículas. A constante de proporcionalidade é designada por massa inercial e é denotada por m. Se →v for a velocidade da partícula ao longo de uma determinada direcção e m a sua massa, então a sua quantidade de movimento será dada por →p=m→v. Se a partícula for submetida a uma causa externa, a sua intensidade é medida pela variação dessa quantidade de movimento, isto é,
→F=d→pdt
De acordo com o princípio da sobreposição dos movimentos, o movimento de uma partícula que seja submetida a um conjunto de forças é dado pela soma dos movimentos rectilíneos resultantes da aplicação independente de cada uma das forças. Em partícular, se um conjunto de forças aplicadas a uma partícula se equilibrarem, a soma das variações dos respectivos movimentos anular-se-á e a partícula encontrar-se-á em repouso ou mover-se-á com velocidade constante ao longo de uma linha recta.
Suponha-se que um sistema de forças Fij é aplicado sobre um conjunto de partículas i de massa mi, segundo a direcção dos versores →uij durante um instante infinitesimal. Defina-se uma direcção ao longo da qual o sistema se pode mover durante esse instante dada pelos vectores infinitesimais δ→ri. Ora, a variação do movimento da partícula i devido à força →Fij pode ser decomposto na soma de dois movimentos, um segundo a direcção do vector δ→ri e o outro segundo uma direcção que lhe seja perpendicular. A força →Fij fica determinada, neste caso, pela soma das forças, uma segundo a direcção do vector δ→ri e a outra segundo a direcção perpendicular. Após formulação tem-se
(−ddt(midsijdt)+Fij)→uij⋅δ→ri=0
Aqui sij representa a distância percorrida pela partícula i, segundo a direcção da força, →uij, considerando apenas o movimento devido à sua acção. A soma sobre todas as forças e partículas resulta na seguinte expressão para o princípio dos trabalhos virtuais no seu caso mais geral, nomeadamente,
∑ij(−ddt(midsijdt)+Fij)→uij⋅δ→ri=0
Como no instante em que é aplicado o princípio dos trabalhos virtuais o movimento é considerada rectilíneo, →uij deverá ser considerado como constante, advindo
∑jddt(midsijdt)→uij=ddt(middt∑jsij→uij)=ddt(mid→ridt)
onde
→ri=∑jsij→uij
O princípio dos trabalhos virtuais escreve-se na forma equivalente como
∑i(−ddt(mid→ridt)+∑jFij→uij)⋅δ→ri=0
Esta é a forma habitualmente usada na resolução de problemas de Dinâmica. Se se pretender que o o sistema se encontre em equilíbrio, é suficiente observar que se deve ter →ri=0, reduzindo a expressão anterior ao caso da Estática.
Suponha-se que se pretende determinar a força que está na origem da trajectória de uma partícula de massa m dada por →r(t), supondo que não são aplicadas quaisquer restrições. Neste caso, δ→r será um vector arbitrário advindo, do princípio dos trabalhos virtuais,
(−ddt(md→ridt)+→F)⋅δ→r=0
Como δ→r é arbitrário, então
md2→rdt2−→F=0
que corresponde à conhecida lei da Dinâmica para o caso de partículas livres. Se se assumir que a partícula de massa constante m se pode mover apenas ao longo de uma linha dada por →r(s) então
δ→r=d→rdsds
e o princípio dos trabalhos virtuais advém da forma
(−md2→rdt2+→F)⋅d→rdsds=0
o que conduz à equação
d2→rdt2⋅d→rds−→F⋅d→rds=0
isto é,
m(dsdt)2d2→rds2⋅d→rds+md2sdt2d→rds⋅d→rds−→F⋅d→rds=0
que, como d→rds⋅d→rds=1 e, consequentemente,
d2→rds2⋅d→rds=0
se reduz a
md2sdt2−→F⋅d→rds=0
Segue-se daqui que a componente da força segundo a tangente à curva sob a qual a partícula está limitada a mover-se é medida pela alteração da quantidade de movimento ao longo dessa tangente.
O mesmo argumento serve para determinar as equações que determinam o movimento de uma partícula que esteja restrita a mover-se sobre a superfície determinada por →r(u1,u2), onde ui são parâmetros cujos índices são sobrescritos, em conformidade com as notações de geometria diferencial. Se se definirem os vectores tangentes
{→e1=∂→r∂u1→e2=∂→r∂u2
então
δ→r=→e1du1+→e2du2
Definem-se os coeficientes gij=→ei⋅→ej e Γkij que satisfazem
∂→ei∂uj=Γ1ij→e1+Γ2ij→e2+κ→n
em que →n corresponde ao vector normal à superfície.
Dado que
∂→ei∂uj=∂→ej∂ui
devido à igualdade das derivadas cruzadas, segue-se que Γkij=Γkji.
Tem-se, para uma trajectória arbitrária sobre a superfície,
d→rdt=du1dt→e1+du2dt→e2
e, aplicando nova derivação,
ddt(md→rdt)=(ddt(mdu1dt)+m∑2i=1∑2j=1Γiijduidtdujdt)→e1++(ddt(mdu2dt)+m∑2i=1∑2j=1Γiijduidtdujdt)→e2+κ′→n
Suponha-se ainda que a força →F se escreve, na nova base, como
→F=F1→e1+F2→e2+FN→n
Considerando as expressões anteriores no princípio dos trabalhos virtuais, obtém-se
{∑2i=1g1i(ddt(mduidt)+m∑2j=1∑2k=1Γijkdujdtdukdt−Fi)=0∑2i=1g2i(ddt(mduidt)+m∑2j=1∑2k=1Γijkdujdtdukdt−Fi)=0
O sistema anterior pode ser escrito na forma matricial como
GP=0
onde G=[gij] é a matriz constituída pelos coeficientes métricos e P é o vector coluna cujas entradas são dadas por
ddt(mduidt)+m2∑j=12∑k=1Γijkdujdtdukdt−Fi
Dado que a matriz G, sendo as suas entradas dadas pelos produtos escalares dos vectores da base, é invertível, o sistema anterior é equivalente a
{ddt(mdu1dt)+m∑2i=1∑2j=1Γ1ijduidtdujdt−F1=0ddt(mdu2dt)+m∑2i=1∑2j=1Γ2ijduidtdujdt−F2=0
Segue-se da equação anterior, fazendo Fi=0, que se a projecção da força sobre o plano tangente à superfície for nula, isto é, se a força for normal à superfície, então a partícula, sendo animada de uma velocidade inicial, terá a sua trajectória contida numa geodésica.
A combinação linear das equações anteriores permite escrever
2∑i=12∑j=1gijmdujdt(ddt(mduidt)+m22∑k=12∑l=1Γikldukdtduldt−Fi)=0
Dado que
Γikl=122∑m=1gim(∂gmk∂ul−∂gkl∂um+∂glm∂uk)
onde [gij] é a matriz inversa de [gij], isto é,
2∑i=1gijgim={1,j=m0,j≠m
segue-se que
2∑ij,k,l=1gijdujdtΓikldukdtduldt=122∑j,k,l=1dujdt(∂gjk∂ul−∂gki∂uj+∂gij∂uk)dukdtduldt
A troca da ordem da soma em k ej permite concluir que
2∑j,k,l=1dujdt(∂gjk∂ul−∂gki∂uj+∂gij∂uk)dukdtduldt=2∑j,k,l=1dujdt∂gjk∂uldukdtduldt
isto é,
2∑j,k,l=1dujdt(∂gjk∂ul−∂gki∂uj+∂gij∂uk)dukdtduldt=2∑j,k=1dgjkdtdujdtdukdt
A expressão atrás considerada que resulta da combinação linear das equações das geodésicas adquire a forma
2∑i,j=1(gijmdujdtddt(mduidt)+12dgijdtmduidtmdujdt−gijmdujdtFi)=0
Não é difícil verificar que a equação anterior reduz a
12ddt(gijmduidtmdujdt)−2∑i,j=1gijmdujdtFi=0
Porém, a expressão compreendida sob o sinal de diferencial corresponde à norma p do momento da quantidade de movimento da partícula. Se a projecção da força sobre a superfície for nula, será constante o módulo do momento da quantidade de movimento. No caso em que a projecção é nula e a massa é constante, a partícula, estando animada de uma velocidade inicial, irá mover-se sobre a geodésica com velocidade constante.
Considerem-se agora duas partículas, A e B, de massas mA e mB. Ambas as partículas movem-se, mantendo constante a distância entre si. A partícula A move-se com aceleração constante ao longo de uma linha horizontal. Ambas as partículas encontram-se sujeitas à força gravítica, considerada constante, segundo a direcção vertical. O princípio dos trabalhos virtuais constitui uma forma simples de determinar as equações que descrevem tal movimento.
Seja →rA=(xA,yA,zA) e →rB=(xB,yB,zB) os vectores que determinam a posição das partículas A e B num determinado referencial. Suponha-se que, nesse referencial, a partícula A esteja limitada a mover-se sobre a recta horizontal de equação yA=h. Se se denotar por a a aceleração constante da partícula A ao longo da recta considerada e por v a sua velocidade inicial, então a sua trajectória é dada pelas equações paramétricas, no referencial em que a partícula se encontra em repouso no instante inicial sobre a origem, a uma altura h do plano xOy,
{xA=12at2yA=0zA=h
Dado que, no decurso do movimento do sistema, a distância entre as partículas se pretende constante, isto é
√(xB−xA)2+(yB−yA)2+(zB−zA)2=l
as coordenadas da partícula B poderão ser escritas na forma
{xB=12at2+lcosφsinθyB=lsinφzB=h−lcosφcosθ
∑ij→Fij⋅δ→ri=0
qualquer que seja o deslocamento infinitesimal δ→ri, consistente com as condições aplicadas ao sistema nesse instante. Na determinação da variação infinitesimal denotada por δ, o tempo t é considerado como constante, em contraste com a variação infinitesimal total d. De facto, quaisquer que sejam as direcções dos movimentos infinitesimais que possam ser aplicados ao sistema, a resultante das forças aplicadas segundo essas direcções deverá anular-se para que o sistema se encontre em equilíbrio estático no intervalo de tempo considerado.
De acordo com a lei da inércia, se a parte de um sistema que se encontre em movimento rectilíneo e uniforme não for actuado por uma causa externa então irá manter esse movimento rectilíneo e uniforme. A intensidade da causa externa determina-se, portanto, considerando a variação da sua quantidade de movimento. Se uma partícula for actuada por uma força externa ao longo de uma mesma direcção, a intensidade da força deverá ser determinada, em parte, pela variação da sua velocidade. Porém, dado que, considerando que tal partícula é divisível em partículas idênticas mais elementares, a quantidade de movimento deverá ser proporcional ao número dessas partículas. A constante de proporcionalidade é designada por massa inercial e é denotada por m. Se →v for a velocidade da partícula ao longo de uma determinada direcção e m a sua massa, então a sua quantidade de movimento será dada por →p=m→v. Se a partícula for submetida a uma causa externa, a sua intensidade é medida pela variação dessa quantidade de movimento, isto é,
→F=d→pdt
De acordo com o princípio da sobreposição dos movimentos, o movimento de uma partícula que seja submetida a um conjunto de forças é dado pela soma dos movimentos rectilíneos resultantes da aplicação independente de cada uma das forças. Em partícular, se um conjunto de forças aplicadas a uma partícula se equilibrarem, a soma das variações dos respectivos movimentos anular-se-á e a partícula encontrar-se-á em repouso ou mover-se-á com velocidade constante ao longo de uma linha recta.
Suponha-se que um sistema de forças Fij é aplicado sobre um conjunto de partículas i de massa mi, segundo a direcção dos versores →uij durante um instante infinitesimal. Defina-se uma direcção ao longo da qual o sistema se pode mover durante esse instante dada pelos vectores infinitesimais δ→ri. Ora, a variação do movimento da partícula i devido à força →Fij pode ser decomposto na soma de dois movimentos, um segundo a direcção do vector δ→ri e o outro segundo uma direcção que lhe seja perpendicular. A força →Fij fica determinada, neste caso, pela soma das forças, uma segundo a direcção do vector δ→ri e a outra segundo a direcção perpendicular. Após formulação tem-se
(−ddt(midsijdt)+Fij)→uij⋅δ→ri=0
Aqui sij representa a distância percorrida pela partícula i, segundo a direcção da força, →uij, considerando apenas o movimento devido à sua acção. A soma sobre todas as forças e partículas resulta na seguinte expressão para o princípio dos trabalhos virtuais no seu caso mais geral, nomeadamente,
∑ij(−ddt(midsijdt)+Fij)→uij⋅δ→ri=0
Como no instante em que é aplicado o princípio dos trabalhos virtuais o movimento é considerada rectilíneo, →uij deverá ser considerado como constante, advindo
∑jddt(midsijdt)→uij=ddt(middt∑jsij→uij)=ddt(mid→ridt)
onde
→ri=∑jsij→uij
O princípio dos trabalhos virtuais escreve-se na forma equivalente como
∑i(−ddt(mid→ridt)+∑jFij→uij)⋅δ→ri=0
Esta é a forma habitualmente usada na resolução de problemas de Dinâmica. Se se pretender que o o sistema se encontre em equilíbrio, é suficiente observar que se deve ter →ri=0, reduzindo a expressão anterior ao caso da Estática.
Suponha-se que se pretende determinar a força que está na origem da trajectória de uma partícula de massa m dada por →r(t), supondo que não são aplicadas quaisquer restrições. Neste caso, δ→r será um vector arbitrário advindo, do princípio dos trabalhos virtuais,
(−ddt(md→ridt)+→F)⋅δ→r=0
Como δ→r é arbitrário, então
md2→rdt2−→F=0
que corresponde à conhecida lei da Dinâmica para o caso de partículas livres. Se se assumir que a partícula de massa constante m se pode mover apenas ao longo de uma linha dada por →r(s) então
δ→r=d→rdsds
e o princípio dos trabalhos virtuais advém da forma
(−md2→rdt2+→F)⋅d→rdsds=0
o que conduz à equação
d2→rdt2⋅d→rds−→F⋅d→rds=0
isto é,
m(dsdt)2d2→rds2⋅d→rds+md2sdt2d→rds⋅d→rds−→F⋅d→rds=0
que, como d→rds⋅d→rds=1 e, consequentemente,
d2→rds2⋅d→rds=0
se reduz a
md2sdt2−→F⋅d→rds=0
Segue-se daqui que a componente da força segundo a tangente à curva sob a qual a partícula está limitada a mover-se é medida pela alteração da quantidade de movimento ao longo dessa tangente.
O mesmo argumento serve para determinar as equações que determinam o movimento de uma partícula que esteja restrita a mover-se sobre a superfície determinada por →r(u1,u2), onde ui são parâmetros cujos índices são sobrescritos, em conformidade com as notações de geometria diferencial. Se se definirem os vectores tangentes
{→e1=∂→r∂u1→e2=∂→r∂u2
então
δ→r=→e1du1+→e2du2
Definem-se os coeficientes gij=→ei⋅→ej e Γkij que satisfazem
∂→ei∂uj=Γ1ij→e1+Γ2ij→e2+κ→n
em que →n corresponde ao vector normal à superfície.
Dado que
∂→ei∂uj=∂→ej∂ui
devido à igualdade das derivadas cruzadas, segue-se que Γkij=Γkji.
Tem-se, para uma trajectória arbitrária sobre a superfície,
d→rdt=du1dt→e1+du2dt→e2
e, aplicando nova derivação,
ddt(md→rdt)=(ddt(mdu1dt)+m∑2i=1∑2j=1Γiijduidtdujdt)→e1++(ddt(mdu2dt)+m∑2i=1∑2j=1Γiijduidtdujdt)→e2+κ′→n
Suponha-se ainda que a força →F se escreve, na nova base, como
→F=F1→e1+F2→e2+FN→n
Considerando as expressões anteriores no princípio dos trabalhos virtuais, obtém-se
{∑2i=1g1i(ddt(mduidt)+m∑2j=1∑2k=1Γijkdujdtdukdt−Fi)=0∑2i=1g2i(ddt(mduidt)+m∑2j=1∑2k=1Γijkdujdtdukdt−Fi)=0
O sistema anterior pode ser escrito na forma matricial como
GP=0
onde G=[gij] é a matriz constituída pelos coeficientes métricos e P é o vector coluna cujas entradas são dadas por
ddt(mduidt)+m2∑j=12∑k=1Γijkdujdtdukdt−Fi
Dado que a matriz G, sendo as suas entradas dadas pelos produtos escalares dos vectores da base, é invertível, o sistema anterior é equivalente a
{ddt(mdu1dt)+m∑2i=1∑2j=1Γ1ijduidtdujdt−F1=0ddt(mdu2dt)+m∑2i=1∑2j=1Γ2ijduidtdujdt−F2=0
Segue-se da equação anterior, fazendo Fi=0, que se a projecção da força sobre o plano tangente à superfície for nula, isto é, se a força for normal à superfície, então a partícula, sendo animada de uma velocidade inicial, terá a sua trajectória contida numa geodésica.
A combinação linear das equações anteriores permite escrever
2∑i=12∑j=1gijmdujdt(ddt(mduidt)+m22∑k=12∑l=1Γikldukdtduldt−Fi)=0
Dado que
Γikl=122∑m=1gim(∂gmk∂ul−∂gkl∂um+∂glm∂uk)
onde [gij] é a matriz inversa de [gij], isto é,
2∑i=1gijgim={1,j=m0,j≠m
segue-se que
2∑ij,k,l=1gijdujdtΓikldukdtduldt=122∑j,k,l=1dujdt(∂gjk∂ul−∂gki∂uj+∂gij∂uk)dukdtduldt
A troca da ordem da soma em k ej permite concluir que
2∑j,k,l=1dujdt(∂gjk∂ul−∂gki∂uj+∂gij∂uk)dukdtduldt=2∑j,k,l=1dujdt∂gjk∂uldukdtduldt
isto é,
2∑j,k,l=1dujdt(∂gjk∂ul−∂gki∂uj+∂gij∂uk)dukdtduldt=2∑j,k=1dgjkdtdujdtdukdt
A expressão atrás considerada que resulta da combinação linear das equações das geodésicas adquire a forma
2∑i,j=1(gijmdujdtddt(mduidt)+12dgijdtmduidtmdujdt−gijmdujdtFi)=0
Não é difícil verificar que a equação anterior reduz a
12ddt(gijmduidtmdujdt)−2∑i,j=1gijmdujdtFi=0
Porém, a expressão compreendida sob o sinal de diferencial corresponde à norma p do momento da quantidade de movimento da partícula. Se a projecção da força sobre a superfície for nula, será constante o módulo do momento da quantidade de movimento. No caso em que a projecção é nula e a massa é constante, a partícula, estando animada de uma velocidade inicial, irá mover-se sobre a geodésica com velocidade constante.
Considerem-se agora duas partículas, A e B, de massas mA e mB. Ambas as partículas movem-se, mantendo constante a distância entre si. A partícula A move-se com aceleração constante ao longo de uma linha horizontal. Ambas as partículas encontram-se sujeitas à força gravítica, considerada constante, segundo a direcção vertical. O princípio dos trabalhos virtuais constitui uma forma simples de determinar as equações que descrevem tal movimento.
Seja →rA=(xA,yA,zA) e →rB=(xB,yB,zB) os vectores que determinam a posição das partículas A e B num determinado referencial. Suponha-se que, nesse referencial, a partícula A esteja limitada a mover-se sobre a recta horizontal de equação yA=h. Se se denotar por a a aceleração constante da partícula A ao longo da recta considerada e por v a sua velocidade inicial, então a sua trajectória é dada pelas equações paramétricas, no referencial em que a partícula se encontra em repouso no instante inicial sobre a origem, a uma altura h do plano xOy,
{xA=12at2yA=0zA=h
Dado que, no decurso do movimento do sistema, a distância entre as partículas se pretende constante, isto é
√(xB−xA)2+(yB−yA)2+(zB−zA)2=l
as coordenadas da partícula B poderão ser escritas na forma
{xB=12at2+lcosφsinθyB=lsinφzB=h−lcosφcosθ
Denotando por →r=(xB,yB,zB), determina-se, por derivação,
d2→rdt2=a→i+(d2φdt2+sinφcosφ(dθdt)2)→eφ++1cosφ(ddt(cosφdθdt)−sinφdθdtdφdt)→eθ
onde →i é o versor alinhado com o eixo das abcissas e
→eφ=∂→r∂φ,→eθ=∂→r∂θ
são os vectores que assumem a direcção das tangentes ao vector de posição quando se varia apenas uma das coordenadas. Os pesos aplicados a cada uma das partículas A e B são, respectivamente, PA=−mAg→k e PB=−mBg→k, em que g representa a aceleração gravítica considerada constante e →k é o versor que assume a direcção do eixo das cotas.
Dado ser conhecido o movimento da partícula A, esta pode ser removida do princípio dos trabalhos virtuais por já se encontrar em equilíbrio. Assim,
(mBd2→rdt2+mBg→j)⋅δ→r=0
Considerando, sucessivamente, a variação apenas em ordem a φ e depois em ordem a θ, tem-se, em primeiro lugar, δ→r=→eφdφ e, em segundo lugar, δ→r=→eθdθ. A sua consideração no princípio dos trabalhos virtuais permite obter o sistema de equações
{l(d2φdt2+sinφcosφ(dθdt)2)+(gcosθ−asinθ)sinφ=0l(ddt(cosφdθdt)−sinφdθdtdφdt)+gsinθ+acosθ=0
A massa B ficará, portanto, sujeita a um movimento pendular sobre a qual actuam a força gravítica e a força inercial dada pela sua ligação à massa A. O ponto de equilíbrio do pêndulo será dado por φ=0 e θ=θ0 que satisfaz a relação
gsinθ0+acosθ0=0
uma vez que, nestas condições, a solução das equações é dada por φ=0 e θ=θ0. Isto deve-se ao facto das projecções da força gravítica e da força inercial devida à aceleração sobre a tangente ao movimento permitido do pêndulo se anularem, como seria de esperar.