quinta-feira, 12 de maio de 2011

A ciência e as restrições políticas não éticas

Apresento aqui um pequeno excerto da parte final capítulo "O modelo da gota, reacções nucleares e cisão" do livro Física Atómica sobre um aspecto político e militar desta disciplina.

(...) O aspecto característico do explosivo nuclear consiste em que é necessária uma acumulação suficiente de material cindível, acima de uma massa «crítica»; para uma massa sub-crítica, o número de neutrões que se escapam através da superfície é excessivamente grande para permitir o arranque da reacção em cadeia. Portanto a bomba [atómica] é formada por, pelo menos, duas massas sub-críticas que têm que juntar-se num lapso de tempo extremamente curto. A detonação que se dá neste momento de contacto é devida aos neutrões em liberdade que estão sempre presentes. A maneira como se efectua esta união brusca das partes da bomba é um dos principais segredos técnicos que envolvem todo o domínio das reacções nucleares. A importância desta nova arma para a política de poder tem tido a mais nefasta influência na liberdade da investigação científica e na comunicação das ideias, e o emprego da bomba na destruição em massa de cidades inteiras e da sua população civil é uma consequência ainda mais lamentável de descobertas originariamente feitas só com o fim de alargar e aprofundar o conhecimento. Serão necessários grandes esforços para se reconstruir a estrutura internacional de uma ciência livre, sem peias nem restrições políticas e militares, como meio de progressão e não de destruição. (...)

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